História
Marrocos, tal como grande parte do Norte de África esteve sucessivamente sob o domínio dos fenícios, do Império
Romanoe do Império
Bizantino até à chegada dos árabes, que
trouxeram o Islão e fundaram o reino de Nekor, nas
montanhas doRif, no século VII.
Os berberes, no entanto,
assumiram o controle no século XI e governaram, não só
Marrocos (agregando-lhe reinos vizinhos), mas também a parte sul da península
ibérica, até ao fim do século XII.
Em 1415, Portugal vira os olhos para a África e
empreende a conquista
de Ceuta e, no século seguinte, a maior parte do
litoral marroquino estava nas mãos de portugueses e espanhóis. Ceuta continua
sob soberania espanhola até hoje.
Em 1904, na Conferência de Algeciras, a Inglaterra concedeu à França o domínio de Marrocos, cujo sultão tinha contraído uma grande dívida com
aquele país da Europa (em troca, a França concordou que o Reino Unido
governasse o Egipto). Em1859, a Espanha anexara Marrocos, anexação
essa que terminaria quando o sultão marroquino Moulay
Abd al-Hafid aceitou em 1912 o estatuto de protetorado francês.
A seguir à Segunda Guerra Mundial, de acordo com a Carta
do Atlântico (assinada em 1941 Winston
Churchill e Franklin Delano Roosevelt, em 1941), as forças vivas
de Marrocos exigiram o regresso do sultão Mohammed V e em 1955 a França,
que já se encontrava a braços com insurreição na Argélia, concordou com a
independência da sua colónia, que foi celebrada dia 2 de Março de 1956.
A mudança do controle francês sobre Marrocos para as mãos do sultão e do
Partido Independentista Istiqlãl decorreu calmamente.
Em Agosto de 1957, Mohammed V transformou Marrocos em um
reino, passando a usar o título de rei. Quando, em 1959, o Istiqlãl se
dividiu em dois grupos: um abrangendo a maioria dos elementos do Istiqlãl,
conservador e obediente a Mohammed 'Allãl al-Fãsi, apoiante do rei; outro, de
carácter republicano e socialista, que adoptou o nome de (União Nacional das
Forças Populares), Muhammed aproveitou a oportunidade para distanciar a figura
do rei dos partidos, elevando-o a um papel arbitral.
Tal manobra política contribuiu decisivamente para o fortalecimento da
monarquia, como se verificou no referendo de 1962, já com Mulay Hassan, filho
de Mohammed V (falecido em 1961), como rei Hassan II, em que
foi aprovada uma constituição de cariz monárquico-constitucional.
Um ano após, foram realizadas eleições parlamentares que levaram a conjuntura
política a um beco sem saída. Tal facto permitiu a concentração de poderes em
Hassan II, como ficou demonstrado na Constituição de 1970, que não sobreviveu a
uma tentativa de golpe de Estado, em 1971. Sucedeu-lhe uma outra Constituição em
1972, que só foi implementada efectivamente após outra tentativa de golpe de
Estado em Agosto desse ano.
O ano de 1974 marcou o início de
uma nova orientação da política de Hassan II, a partir do momento em que
Marrocos declarou a sua pretensão sobre o Saara Espanhol, rico
em minérios (sobretudo fosfato), pretensão essa que foi concretizada em
Novembro de1975, com o avanço
da "Marcha
Verde", constituída por 350 000 voluntários desarmados, sobre o
protectorado da Espanha, que evitou o conflito e conduziu à assinatura de um
acordo em que eram satisfeitas as ambições de Marrocos.
No entanto, muitos têm sido os obstáculos à política marroquina:
primeiro, a luta da guerrilha Polisário (Frente Popular para a Libertação de
Saguia e do Rio do Ouro), apoiada, quer pela Argélia, quer, mais tarde, pela Líbia, e que
recusou, inclusive, os resultados de um referendo promovido por Hassan II em 1981; segundo, a
condenação por parte das ONU; e, terceiro, a criação da República Árabe Saariana Democrática em1989, que tem obtido
o reconhecimento de um número crescente de países.
Em 1994, o secretário-geral das Nações Unidas, Boutros Boutros-Ghali, propôs um aprofundamento das
negociações com o objectivo de promover um processo de recenseamento eleitoral
o mais completo possível, de modo a um futuro referendo ter uma legitimidade
aceitável por ambas as partes.
Por último, é de salientar o papel que Marrocos tem desempenhado no
importante processo de paz na Palestina, através
de um relacionamento equilibrado entre Hassan II e as partes beligerantes, a
Organização de Libertação da Palestina (OLP) eIsrael, que permitiu, nomeadamente, o
estabelecimento de interesses económicos naqueles países.
Geografia
Imagem
de satélite do território marroquino.
Localizado no chamado Magrebe, o reino de
Marrocos é banhado pelo oceano
Atlântico a oeste, e pelo mar Mediterrâneo a
norte, e faz fronteira com a Argélia a leste, a sul e sudeste com a Mauritânia.
Abrange uma área total de 446 550 km². A capital, Rabat, com uma
população de 1 618 700 habitantes (2004), destacando-se também outras cidades, como Casablanca, a maior
do país, com3 741 200 habitantes, Tânger (629 800 habitantes) e Fez (1 019 300 habitantes).
Marrocos caracteriza-se por ser um país montanhoso, destacando-se duas
cadeias montanhosas: o Rife, com a orientação noroeste-sudeste, que
faz, geologicamente, parte das cordilheiras do Sul da Península
Ibérica, e que tem como ponto mais alto o monte Jbel
Tidirhine com 2 456 m; e
a Cordilheira
do Atlas, no Centro do país, com a orientação leste-oeste, cujo
ponto mais alto é o monte Jbel Toubkal (4 165 m). A leste, situa-se a bacia do Muluya, uma região
de terras baixas, semiárida, criada pela erosão do rio Muluya. Mais a leste e a
sudeste, encontram-se os altos planaltos, com cerca de 1000 metros de altitude.
No Sul, iniciam-se as terras áridas do deserto do Saara.
Demografia
Grupos étnico-linguísticos em Marrocos em 1973.
Em 2003, a população era de 31 689 263 habitantes, que vivem principalmente nas áreas planas a norte e oeste da
cadeia do Atlas. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respectivamente,
de 23,26‰ e 5,78‰.
A esperança média de vida é de 70,04 anos. O valor do Índice do
Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,654 e o
valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,590 (2001).
Estima-se que, em 2025, a população seja de 42 553 000 habitantes.
Os árabes representam cerca de 70% da população e os berberes 30%; todas
as outras etnias não chegam a corresponder a 1%. A religião dominante é a
muçulmana sunita (99%). A língua predominante no país é a variante
marroquina do árabe.
Cidades mais populosas
Cidades mais populosas do Marrocos
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1
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3 144 909
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2
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1 655 753
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3
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964 891
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4
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903 485
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5
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839 296
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6
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698 310
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7
|
688 356
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8
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545 705
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9
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405 253
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10
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366 570
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Política
Marrocos é uma monarquia constitucional, com um parlamento eleito democraticamente,
mas em que o rei é igualmente o chefe do governo.
Política interna
A aliança de forças políticas que patrocinaram a independência manteve-se no poder até 1958, quando o Istiqlal assumiu o governo. Pouco
depois, o partido dividiu-se em duas facções. A ala esquerda, excluída da administração central, venceu as eleições legislativas realizadas em 1960, tornando-se
importante força de oposição ao Governo conservadorentão no poder. Em 1961,
com a morte do Rei Mohammed V, subiu ao trono seu filho, Moulay
Hassan, que passou a governar com o nome de Hassan II.
Política externa
No seu conjunto, a política externa de Marrocos pode ser qualificada de ecuménica, na qual cabem relações, embora frias, com Israel, e bom
entendimento com os Estados Unidos,
excepto no que diz respeito a diferenças quanto ao Oriente
Médio. Além disso, Marrocos vem ampliando o escopo de sua actuação diplomática,
mediante a intensificação das relações com a América Latina e o Extremo Oriente – especialmente com a República Popular da China e Coreia do Sul.
Mohammed VI está pessoalmente empenhado em diversificar e intensificar a
presença marroquina no cenário internacional.
Subdivisões
Regiões de Marrocos.
Marrocos está dividido em 16 regiões (capitais entre parênteses):
2. Doukkala - Abda (Safi)
3. Fès - Boulemane (Fès)
6. Guelmim
- Es-Semara (Guelmim) (*)
9. Meknès
- Tafilalet (Meknès)
11. Oued Ed-Dahab - Lagouira (Dakhla) (*)
13. Souss
- Massa - Draâ (Agadir)
14. Tadla - Azilal (Béni
Mellal)
15. Tanger
- Tétouan (Tanger)
(*) As regiões indicadas por asteriscos estão parcialmente ou totalmente
localizadas no Saara Ocidental.
Economia
Uma turista anda de dromedário. O turismo tem sido
uma fonte de renda para muitos marroquinos.
A economia deste país baseia-se na agricultura, nos
serviços, na indústria transformadora e na exploração mineral.
A terra arável abrange oito milhões e meio de hectares e proporciona
produções de trigo, milho, cevada,arroz citrinos, cana-de-açúcar ealgodão, entre
outras. A exploração mineral centra-se na extracção de fosfatos no Saara Ocidental.
As principais produções das indústrias transformadoras são os produtos
alimentares, os têxteis, os artigos de couro e os adubos. Oturismo constitui uma importante fonte de receitas. Os principais parceiros
comerciais de Marrocos são: Portugal,França, Espanha,Estados Unidos e Alemanha.
Cultura
Dunas de um deserto marroquino.
Um dos grandes eventos de Marrocos é a ultra-maratona
na areia, que é disputada no sul do país. Os competidores percorrem
206 quilómetros em seis etapas. Os participantes carregam uma mochila com todo o material necessário, mas só podem beber nove litros de água
por dia. Tempestades de areia e bolhas nos pés são os maiores obstáculos. Em1994,
o vencedor foi o russo Andrei Derksen, com dezasseis horas e 55
minutos.
No jantar marroquino, as mesas
geralmente não ficam preparadas, pois os pratos são trazidos pouco a
pouco. Uma empregada ou um membro mais jovem da família (sempre uma mulher) traz uma bacia de metal com sabão no meio, às vezes feito de esculturas artesanais, e água em volta. As mãos são lavadas e uma toalha é oferecida para
secá-las. Os marroquinos têm o costume de beber chá verde com hortelã (menta) e açúcar antes e depois da refeição.
Agradecem a Deus dizendo bismillah. Eles comem primeiramente de um prato comunitário, com a mão direita, o polegare os dois
primeiros dedos. No fim das refeições, agradecem
novamente dizendo all hamdu Lillah, que quer dizer:
"graças a Deus" e repetem o ritual de lavar as mãos.
Desportos
No desporto, teve como grande astro o atleta Hicham
El Guerrouj, o mais rápido meio fundista de todos os tempos,
detentor de três recordes mundiais homologados pela IAAF: 1500 metros,
milha (1609 metros) e 2000 metros.
Feriados
Data
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Nome em português
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Nome em árabe
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Observações
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Independência
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عيد الاستقلال
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عيد العمال
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Dia da Nação
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يوما للأمة
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Dia da Juventude
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يوم الشباب
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Coroação do rei Mohammed VI
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يوم تتويج الملك
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Festa do Trono L'Aïd el Arch
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الطرف على العرش
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Dia da Lealdade
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أيام المعرض
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Aniversário do Rei
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الذكرى السنوية للملك
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